As pessoas têm medo da transformação digital, por pensarem que ela é algo que causará impactos abruptos. Mas, não é bem assim. Não se trata de algo desconhecido. Pelo contrário, esse processo está em nossas vidas já algum tempo. É só pensar quando foi a última vez que estivemos em uma agência bancária; lembrar do Uber, do Airbn, Netflix e outras inovações disruptivas, características desse cenário.
A questão que causa desconforto é que muitas vezes essa naturalidade não é percebida tão claramente quando trazemos para o posto de trabalho. Mas, dentro desse contexto todo, qual o papel do líder? Como ele pode ser o facilitador desse processo?
Sempre repito algo que ouvi de um guru no tema: a transformação digital acontece por meio de processos e de pessoas. Ela está diretamente relacionada à estratégia.
Outra questão é que, de nada adianta ter um processo digital ou implementar uma mega inovação se não trabalharmos a mente de quem fará uso delas. As transformações e as novidades só são bem sucedidas quando elas são efetivamente absorvidas.
E isso não acontece se as pessoas não entenderem o valor que aquilo agregará em seu dia a dia. Pois, a medida em que ele tem um novo modelo de processo mais tecnológico, ele quase que intuitivamente desenvolverá essa destreza digital. Como já acontece em outras áreas da nossa vida.
E, ninguém melhor do que o líder para fazer isso. Por isso a conexão muito estreita da transformação digital com o employee experience.
Mas, antes de liderar e influenciar qualquer adesão à transformação digital, é preciso internalizar todas essas questões. Já comecei a ver isso logo no primeiro curso que fiz no MIT. A programação era bem voltada à mudança da perspectiva da liderança e como ela conduziria toda essa transformação. E, quando fiz outro curso na Universidade de Columbia foi a mesma coisa: trabalhar o líder para ele poder conduzir com maestria.
E, começamos a fazer isso, na prática, aqui na Log-In, trabalhando todas essas questões junto a liderança, mostrando que para promover essa jornada, ele precisa transformar não só suas crenças, como atitudes e seu jeito de atuar, especialmente desmistificando modelos antigos, como o de controle excessivo. Afinal, faz parte dessa transformação estimular novas ideias, dar autonomia, fugir de hierarquias.
Ou seja, como estamos falando de mudança de cultura e desenvolvimento de competência, é o líder quem conhece o outro e tem a missão de propor, envolvê-lo nesse processo de mudança, seja ele qual for, desmistificando quaisquer pontos dúbios e alavancando a transformação digital.
Andréa Simões, Diretora de Gente, Cultura e Transformação Digital