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O Employer Branding na era da ressignificação do trabalho
Publicado em 26 de Agosto de 2022 Ligia Oliveira

Nos últimos anos, o Employer Branding vem ganhando destaque dentro das organizações. Mas, o que essa expressão quer dizer? Conceitualmente, se referee ao processo de gerenciamento da percepção que os públicos têm de uma marca, como empregadora. Mas, não só a pessoa colaboradora. Também as que estão em busca ativa por vagas de trabalho, as pessoas candidatas, clientes, consumidoras, fornecedoras, entre outros.  

Na era em que estamos vivendo, em que as pessoas passaram a buscar maior entendimento sobre o espaço que o trabalho ocupa nas suas vidas e estão tentando manter uma conexão equilibrada e saudável entre a vida pessoal e profissional, as empresas precisam ir além da oferta de benefícios como tradicionais, como vale-refeição, transporte e plano de saúde. É preciso atender às expectativas de profissionais em relação ao papel das organizações e da alta liderança. 

Segundo o Edelman Trust Barometrer 2022, o barômetro da confiança, para os brasileiros, as empresas e as ONGs são as instituições mais confiáveis. Esse mesmo estudo aponta que 58% das pessoas escolhem lugar para trabalhar com base nos seus valores e crenças pessoais e 68% delas afirmam que os CEOs devem ter visão sobre políticas públicas e sobre o trabalho que a sua organização tem feito para beneficiar a sociedade. 

Nunca fez tanto sentido para as pessoas que a sua relação com o trabalho tenha aderência à cultura e aos valores, que exista identificação com a organização. E como tudo isso se conecta? No centro da questão, está a cultura organizacional, que é o alicerce da marca empregadora e a base para composição da EVP (Employee Value Proposition – Proposta de Valor à Pessoa Empregada), vivenciada ao longo da experiência ou da jornada da pessoa colaboradora. A cultura molda a maneira com que as pessoas da organização se comportam da porta para dentro. É o conjunto de valores e práticas que acabam se desenvolvendo com o tempo e condiciona como a empresa é percebida, como suas pessoas respondem aos problemas e desafios.  

A Proposta de Valor à Pessoa Empregada é um conjunto de ofertas, associações e valores que acabam influenciando positivamente quem trabalha na empresa. De um jeito mais simples, é um conjunto de razões pelas quais as pessoas se sentem atraídas por aquela empresa, consideram passar por seu processo seletivo e aceitar sua oferta de trabalho, somado às razões para continuar e trilhar a carreira lá. Isso tudo tem relação direta com a reputação da organização e reflete a identidade da empresa. 

É importante, porém, entender que isso deve ser comunicado da porta para dentro e da porta para fora e, mais ainda, deve ser efetivamente praticado para que a percepção seja vivida e experenciada pelas pessoas que trabalham na organização e influenciam na reputação desta maca.  

A verdade é que chegamos na era da pessoa colaboradora cliente, em que o poder da rede faz toda diferença. Se antes a percepção da marca empregadora e imagem das empresas ficavam restrita às conversas mais privadas, círculos de confiança como familiares, amigos, hoje, está na rede. Está nos portais de reputação como Glassdoor, Indeed, Reclame Aqui e tantos outros canais específicos em que profissionais podem relatar sobre a suas experiências com as marcas empregadoras. E como estamos falando de dados anonimizados, as pessoas ficam confortáveis para falar do que foi muito bom e do que não foi tão bom assim.  

Empresas de todo o mundo acreditam que o Employer Branding é papel das áreas de Recursos Humanos, mas eu afirmo que não é apenas delas, é uma disciplina e responsabilidade de todas as pessoas dentro da empresa e deve ser continuamente comunicado e praticado, para que a reputação de sua marca empregadora seja saudável e atraia as pessoas que o negócio precisa para se manter relevante e também mantenha as que contribuirão para avançar. 

 

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